Plutão



Os poderes secretos de Plutão

Planeta mais distante do nosso sistema, é também o mais misterioso. Sua órbita é tão irregular que sua passagem por um signo pode variar de 13 a 32 anos. Quando, no seu periélio (mais perto do Sol), fica mais próximo de nós do que Netuno e seu tamanho menor do que o dos outros planetas esconde uma consistência bem mais densa. Alguns acreditam até que Plutão seja bem maior do que aparenta, e isso talvez explique melhor sua poderosa influência sobre nós.
Assim como o Sol é o centro de nosso sistema e representa nosso centro de consciência, Plutão, o planeta mais distante, simboliza nosso inconsciente, a parte dentro de nós da qual menos sabemos. Sua descoberta, em 1930, coincidiu com um aumento inimaginável do conhecimento do homem sobre o universo e sobre si mesmo.
No mito, Plutão reina nos mundos subterrâneos e raramente vem à superfície. Nas raras vezes que vem, usa um capacete que o torna invisível e seduz as ninfas do bosque. Em uma de suas vindas, abduziu Prosérpina, filha de Ceres, a deusa da Terra, que, desesperada com o desaparecimento da filha, deixou de fertilizar a terra durante sete anos. Júpiter, o senhor do Olimpo, resolveu intervir, enviando Mercúrio ao Tártaro para negociar com Plutão. Depois de muitos trâmites, ficou decidido que Prosérpina viveria parte do ano no Tártaro e a outra parte com sua mãe, na superfície da Terra.
Chamado de Hades pelos gregos, Plutão era um deus temido pelos mortais, pelos heróis e até mesmo pelos deuses. Tão poderoso quanto Júpiter, ninguém ousava pronunciar seu nome. Era também chamado de “o rico” – seu domínio subterrâneo abrangia as minas de pedras e os metais. Na penumbra dos infernos, brilhavam o ouro, a prata e as pedras preciosas.
Plutão é um deus dotado de grande profundidade e sabedoria – sem ele só se enxerga a superfície das coisas. Ele propicia um mergulho nas profundezas do inconsciente e permite que fatores ocultos sejam revelados. Seu poder é, entretanto, psíquico em essência, pertencendo ao espírito, e não à matéria. Energia mais poderosa do sistema solar, tem um aspecto de crepúsculo, de transição de uma coisa para outra.
Como um vulcão, Plutão causa revoluções, destruindo e, em seguida, despertando novas forças, tendo sido comparado a Shiva, o deus hindu destruidor, que expõe a verdade crua e nua e fecha capítulos que jamais serão reabertos. Executor da lei natural, o planeta representa a energia que preside as grandes mutações das eras geológicas e das espécies, sendo o símbolo da reconstituição radical – novas bases rejeitando o supérfluo.
Plutão representa as transformações psicológicas que exigem muito esforço, mas que levam ao autoconhecimento. Simboliza energias emocionais com grande conteúdo de fatores inconscientes, daí a dificuldade em contatá-los com clareza. Associado às dores trazidas da infância e que ainda afetam profundamente, o planeta representa outra dimensão de nós mesmos, um lado que ignoramos ou negamos. Fomos programados a não aceitar partes que julgamos negativas, sendo que a exigência da perfeição acaba nos tornando infelizes. Só nos libertamos quando aceitamos tudo o que existe dentro de nós: a dor, a mesquinharia, o ódio, a inveja, a culpa, os ciúmes e o medo.
O deus das profundezas é dotado de forças ilimitadas e inesgotáveis, propiciando o começo de uma nova compreensão. Dono das riquezas subterrâneas da Terra, ele convida o indivíduo a conscientizar-se do invisível dentro de si e a tomar posse dos seus tesouros enterrados. É Plutão que nos permite adentrar na esfera galáctica da consciência espiritual, facilitando a passagem de um nível de consciência a outro. Ele foi relacionado com a morte na medida em que esta representa a transformação para uma nova vida, e o seu processo foi descrito no mito da Fênix, que, depois de se queimar em uma pira funerária, renasce das cinzas jovem outra vez.


Texto retirado do livro Curso de Astrologia de Cristina Bastos Tigre – Editora Madras

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